Analistas ouvidos pela Bloomberg compartilham o ponto de vista de que a maioria dos países dificilmente voltará a normalidade em 2021. Além disso, a maioria das economias tem que fazer grandes esforços para se recuperar da crise impulsionada pela pandemia. No entanto, os EUA e a China são raras exceções. Os especialistas já perceberam os sinais verdes da recuperação nas duas maiores economias globais.
Especialistas da Bloomberg acreditam que os EUA devem sua robusta recuperação econômica à ajuda financeira em grande escala da Casa Branca. Na verdade, Washington tem inflado o orçamento nacional com trilhões de dólares. No que diz respeito à China, medidas eficientes tomadas por Pequim contra a pandemia do coronavírus no país explicam o sucesso econômico.
Curiosamente, os especialistas preveem que a economia global poderá expandir 6,9% em termos anuais em 2021. Esse seria o crescimento recorde do PIB desde 1960. No entanto, nem todos os países poderão arcar com uma recuperação econômica tão rápida, alertam analistas. Além de mercados emergentes em dificuldades, alguns países da área do euro, como França e Itália, também ficarão para trás em termos de recuperação econômica. Os especialistas avaliam que, para muitas economias, o caminho para os níveis anteriores à crise levará alguns anos. Os analistas apontam que os países mais vulneráveis são aqueles cujas economias dependem em grande parte do setor turístico.
Os especialistas da Bloomberg identificam dois fatores que contribuem para uma recuperação econômica bem-sucedida: a disponibilidade nacional das vacinas de COVID-19 e a política monetária de um banco central. Bruce Kasman, economista sênior do JPMorgan Chase, exemplifica decisões políticas eficientes com movimentos apropriados de bancos centrais na Rússia, Turquia e Brasil. Esses reguladores cortaram as principais taxas de juros no ano passado para apoiar as empresas durante a crise. Recentemente, os bancos centrais tornaram a restringir suas políticas monetárias em um esforço para reduzir o aumento da inflação e evitar uma saída de capital, segundo o JPMorgan.
Curiosamente, a Bloomberg descobriu que até mesmo a economia da Rússia está ganhando impulso à medida que as autoridades suspendem as restrições ao coronavírus. Os analistas esperam que a economia russa volte aos níveis pré-pandêmicos no quarto trimestre de 2021, já que o país sofreu menos danos com a crise do coronavírus do que outras economias.