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Os Estados Unidos perdem em uma guerra comercial, enquanto a China pode se beneficiar inicialmente, mostrou na quarta-feira um relatório de pesquisa do Banco Central Europeu. Os pesquisadores Allan Gloe Dizioli e Bjørn van Roye, do BCE, estudaram um cenário em que os EUA elevaram as tarifas sobre todas as importações em 10 pontos percentuais e seus parceiros comerciais retaliaram com um aumento de tarifa semelhante em suas importações norte-americanas. "Esse cenário sugere efeitos negativos significativos nos Estados Unidos", diz o relatório. "Os resultados da estimativa sugerem que a posição líquida de exportação dos Estados Unidos se deterioraria substancialmente". O relatório informou que o ajuste gradual e a substituição para a produção doméstica forneceriam apenas uma compensação limitada ao longo do tempo, e os efeitos diretos do comércio de tarifas mais altas sugerem que o PIB será 1 por cento menor no terceiro ano da simulação. "Em contraste, na China, o efeito comercial sobre o PIB é inicialmente ligeiramente positivo, embora os ganhos diminuam com o tempo", informou o relatório do BCE. O impacto negativo da queda do consumo interno e do investimento na China seria mais do que compensado pelos ganhos na posição líquida de exportação do país. A China pode compensar a redução nas exportações para os EUA, desviando-os para países terceiros, onde seus exportadores podem ganhar participação de mercado à custa de seus pares dos EUA. "No entanto, com o tempo esses benefícios diminuem: conforme a produção dos EUA se ajusta em resposta a tarifas mais altas, a demanda por produtos chineses cai e os ganhos do PIB chinês diminuem", disseram os pesquisadores do BCE. "Qualitativamente os resultados são inequívocos: uma economia impondo uma tarifa que promova a retaliação de outros países é claramente pior. Seu padrão de vida cai e os empregos são perdidos", concluíram.