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O Bitcoin está despencando, os fundos acumulam perdas e os analistas não veem sinais de recuperação. O que está acontecendo com o líder do mercado cripto? E o que fazer agora?
Mais uma vez, o Bitcoin se encontra no centro de uma tempestade de instabilidade. O preço segue em queda constante, apesar de breves tentativas de recuperação e de picos pontuais no interesse dos investidores. Após recuar de US$ 94.000 para US$ 74.000 e registrar uma saída significativa de recursos das plataformas de criptoativos, o mercado entrou numa fase marcada pela tensão entre o medo e a esperança. Mas, desta vez, o peso parece estar do lado dos ursos. E isso está ficando cada vez mais difícil de ignorar.
Sinais de análise técnica: é hora de vender a descoberto
Enquanto os participantes ainda especulam sobre o futuro, os gráficos já falam com clareza: o pico local ficou para trás, e a pressão vendedora é evidente em todos os prazos. No gráfico diário, observa-se uma capitulação — uma sequência de velas vermelhas com volume crescente confirma a dominância dos vendedores.
No gráfico de quatro horas, forma-se um cenário clássico de baixa, com topos e fundos descendentes. A perda do nível de US$ 74.400 atuou como gatilho para a fuga de liquidez.
Atualmente, vemos um repique técnico modesto até a região dos US$ 77.000, mas o volume indica claramente a falta de convicção por parte dos compradores. Caso essa resistência não seja superada com firmeza, o caminho estará aberto para uma possível queda até os US$ 72.000.
No gráfico de 1 hora, os sinais de fraqueza são ainda mais evidentes. Cada tentativa frustrada de se manter acima de US$ 78.000 tem sido interpretada como uma oportunidade para abrir posições vendidas. Isso já não é apenas uma leitura subjetiva — é o comportamento real e atual do mercado.
Sim, o RSI caiu para 34, o Estocástico está abaixo de 20 e o CCI marca -265. Trata-se de uma zona clássica de sobrevenda. No entanto, interpretar esses sinais como uma oportunidade de compra pode ser uma armadilha perigosa.
De fato, os indicadores apontam para a possibilidade de um repique técnico. Mas é importante lembrar: condições de sobrevenda podem persistir por semanas em um mercado em queda.
O MACD continua fortemente negativo, e as médias móveis (EMA e SMA), em todos os prazos, confirmam a dominância dos vendedores. Enquanto o preço não estiver firmemente acima dos US$ 80.000, qualquer posição comprada estará indo contra a tendência dominante.
Saídas de ETFs: um sinal preocupante
Os fundos que antes impulsionaram a valorização do mercado agora enfrentam uma onda de resgates. Em apenas uma semana, saíram US$ 173 milhões de ETFs de Bitcoin. A terça-feira foi particularmente alarmante, com US$ 157 milhões retirados em um único dia.
Quais os motivos? A retórica em torno das taxas de juros nos EUA, as tensões geopolíticas e a crescente incerteza sobre o futuro da economia global.
Mesmo uma entrada pontual registrada na quarta-feira não foi suficiente para reverter as perdas da semana. E o mais preocupante: os resgates estão ocorrendo não apenas em fundos de Bitcoin, mas também nos de Ethereum. Isso já não é coincidência — é um sinal claro de fuga do risco cripto.
As baleias estão obtendo lucros e indo embora
O CEO da CryptoQuant, Ki Yong Ju, destacou um sinal relevante: a capitalização realizada está em alta, enquanto a capitalização de mercado permanece estagnada. Isso indica claramente uma fase de distribuição — momento em que grandes players saem do mercado realizando lucros.
Esse tipo de comportamento costuma anteceder longos períodos de queda. Mesmo com a capitalização de mercado acima de US$ 1 trilhão, o mercado não conseguiu ganhar tração de alta. Isso sugere que essa fase pode acabar se revelando uma armadilha para os otimistas que chegaram tarde.
Jack Dorsey: O Bitcoin corre o risco de não ser utilizado
Dúvidas começam a surgir até mesmo entre os defensores mais fervorosos do Bitcoin. Jack Dorsey, conhecido por seu apoio à liberdade financeira via criptomoedas, declarou que, se o Bitcoin não encontrar aplicações práticas, acabará perdendo seu valor.
Segundo ele, o simples rótulo de "ouro digital" não basta. Sem utilidade no mundo real — no dia a dia das pessoas — o ativo perde seu propósito.
Dorsey também criticou a Lightning Network, apontando que ainda é complexa e pouco amigável ao usuário. Enquanto o setor não oferecer soluções simples e intuitivas, comparáveis à experiência de uso de sistemas como Visa ou Mastercard, o Bitcoin continuará correndo o risco de ser apenas um ativo caro e ineficiente, mantido "por precaução".
Rumo a US$ 100.000 ou a US$ 60.000? A liquidez decidirá
A situação atual se assemelha a uma mola comprimida. De um lado, há acúmulo próximo ao suporte, indicadores técnicos em zona de sobrevenda e a possibilidade de um salto até a faixa de US$ 78.000 a US$ 80.000. Do outro, há forte saída de capital, compradores enfraquecidos e ausência de novos catalisadores.
O movimento de alta é possível, mas tende a ser limitado caso não haja entrada de novos recursos ou eventos relevantes — como a aprovação de novos ETFs ou um aumento na participação institucional.
No curto prazo, o BTC permanece vulnerável: a região dos US$ 74.000 ainda sustenta o preço, mas um rompimento abaixo desse patamar pode abrir espaço para quedas rumo aos US$ 71.500 ou mesmo US$ 70.000. A perspectiva de valorização se mantém no longo prazo, desde que o setor cripto avance para uma integração real com o sistema financeiro tradicional — e não apenas como um ativo mantido "para emergências".
Resumo: o mercado de criptografia está correndo uma maratona de resistência. Somente os mais fortes sobreviverão.
Para os traders, existem atualmente três cenários.
Enquanto isso, os ursos dominam o mercado de criptomoedas. No entanto, o mercado de criptomoedas pode surpreender - a história conhece mais de uma reversão poderosa.
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