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O padrão de ondas no gráfico de 4 horas do par EUR/USD mudou para uma estrutura de alta. Não há dúvidas de que essa transformação foi causada exclusivamente pela nova política comercial dos EUA. Até 28 de fevereiro, quando começou o declínio acentuado do dólar americano, a estrutura de ondas indicava uma tendência de baixa convincente, em desenvolvimento da onda corretiva 2. No entanto, os anúncios semanais de novas tarifas por parte de Donald Trump acabaram impactando negativamente a demanda pelo dólar, que caiu rapidamente. Como resultado, todo o segmento de tendência iniciado em 13 de janeiro passou a apresentar uma formação impulsiva de cinco ondas.
Diante disso, agora é esperado o desenvolvimento da onda corretiva 2 do novo segmento de tendência de alta, provavelmente composta por três ondas. Após essa correção, é provável que o dólar continue se desvalorizando — a menos que Trump reverta radicalmente sua postura comercial. Este é um exemplo claro de como eventos noticiosos podem alterar completamente uma estrutura de ondas.
Na quinta-feira, o par EUR/USD subiu 220 pontos-base. A demanda pelo dólar continua caindo, e o mercado sequer conseguiu construir uma correção simples de três ondas, que serviria como base para uma retomada da tendência de venda da moeda americana, caso essa fosse a intenção dominante. Na noite anterior, Trump finalmente abandonou o tom beligerante e suspendeu todas as tarifas acima de 10% para todos os países — exceto a China. Segundo ele, 75 países estariam "na fila" para negociar com os EUA, e por isso decidiu oferecer uma trégua tarifária de 90 dias.
Diante disso, seria razoável esperar uma redução das tensões comerciais e, consequentemente, um fortalecimento do dólar — principalmente após semanas de queda motivadas pela escalada do conflito. No entanto, o dólar não se valorizou, mesmo com uma melhora no noticiário e uma estrutura técnica favorável. A explicação é simples: o mercado não confia em Trump.
O presidente dos EUA tem histórico de reverter decisões em menos de 24 horas, e por isso a confiança na pausa de 90 dias é mínima. Além disso, as tarifas contra a China — o principal adversário comercial — não foram reduzidas; pelo contrário, subiram para 125%, sob a justificativa de que "Pequim continua roubando os EUA e se recusa a negociar". Em outras palavras, essa trégua parece mais simbólica do que real, e pode terminar bem antes dos três meses prometidos.
Com base na análise atual do EUR/USD, concluo que o par iniciou a construção de um novo segmento de tendência de alta. As principais incertezas seguem girando em torno de Donald Trump. Se suas ações foram capazes de reverter uma tendência anterior, certamente podem fazer o mesmo novamente. Portanto, a estrutura de ondas dependerá fortemente da postura e das decisões do presidente dos EUA nos próximos dias — um fator que deve ser constantemente levado em consideração.
Do ponto de vista puramente técnico, e com base na análise de ondas, agora devemos esperar o desenvolvimento de uma sequência corretiva, tradicionalmente composta por três ondas. Após essa correção, é esperada a formação de uma nova onda ascendente, o que abre espaço para buscar entradas compradoras com alvos acima da região de 1,10.
No gráfico de longo prazo, o padrão de ondas também mudou para uma configuração altista. O cenário mais provável é o de uma sequência de ondas de alta sustentada, mas o histórico de notícias — especialmente relacionado a Trump — pode facilmente inverter esse panorama novamente.
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