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O Bitcoin ultrapassou a marca de 100.000, entrou em uma fase de consolidação e confirmou o padrão familiar. Anteriormente, após ultrapassar níveis psicologicamente importantes, a criptomoeda passava por um período de estagnação antes de decidir sua próxima direção. Desta vez, o ativo digital tem todos os motivos para agir com cautela.
O principal fator por trás da alta de quase 40% do BTC/USD em relação às mínimas de abril foi o apetite global por risco, alimentado por uma diminuição na incerteza comercial. O Bitcoin continua a acompanhar de perto o desempenho dos índices de ações dos EUA, e sua correlação com o NASDAQ 100 está aumentando constantemente.
O desempenho superior do BTC/USD em comparação aos índices acionários dos EUA se deve ao fato de que os gestores de ativos veem as criptomoedas e o ouro como ferramentas essenciais para a diversificação de portfólio. Desde o início do ano, os fluxos de capital para os quatro maiores ETFs com foco em ouro totalizaram US$ 14 bilhões, enquanto os influxos relacionados ao Bitcoin chegaram a US$ 8 bilhões.
Isto se deve, principalmente, ao temor de estagflação ou recessão e às preocupações com a estabilidade do sistema financeiro dos EUA. Caso a economia norte-americana desacelere significativamente, o Federal Reserve será forçado a cortar as taxas de juros, o que, combinado às vulnerabilidades do sistema financeiro, colocaria forte pressão sobre o dólar. O Bitcoin é visto pelos investidores como uma alternativa às moedas fiduciárias, fazendo com que um Índice Dólar em queda seja considerado um motivo para comprar BTC/USD.
Enquanto isso, a principal exchange de criptomoedas, Coinbase, reportou uma receita de US$ 2 bilhões no primeiro trimestre — um aumento de 24% em relação ao período homólogo, embora com uma queda de 10% em relação ao quarto trimestre. A previsão era de US$ 2,105 bilhões. O lucro líquido caiu 94%. A empresa também revelou que abandonou sua estratégia anterior de acumulação de criptomoedas. Os fracos resultados financeiros podem forçar uma mudança nessa postura. Um novo grande comprador poderia ajudar a impulsionar mais um rali do BTC/USD.
Por ora, os traders estão focados nas negociações entre os EUA e a China. Autoridades da Casa Branca sugeriram que algum acordo já foi alcançado, com os detalhes esperados para as próximas horas, e observam atentamente a reação do mercado financeiro. A expectativa está alimentando o apetite por risco, mas é preciso reconhecer que o rali anterior nas ações norte-americanas foi impulsionado pela emoção. Talvez seja hora de "vender o fato"?
O uso do Bitcoin como uma ferramenta obrigatória para a diversificação do portfólio sugere que qualquer recuo do BTC/USD, se ocorrer, poderá ser menos intenso do que o do NASDAQ ou do S&P 500. A criptomoeda pode permanecer em uma base sólida enquanto o apetite pelo risco continuar alto.
Tecnicamente, o BTC/USD está se consolidando no gráfico diário. Se for formado uma vela com um longo pavio superior, o risco de um recuo aumenta. Essa queda ofereceria uma chance de aumentar as posições de compra abertas em 83.170 e 94.600 em uma recuperação do suporte em 101.880 e 98.700.
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