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A nova semana será significativa para os negociadores do par EUR/USD. Embora o calendário econômico geral não esteja repleto de eventos significativos, o foco do mercado estará em dois relatórios capazes de moldar a tendência de médio prazo: o NFP dos EUA e o relatório de crescimento do IPC.
Normalmente, esses relatórios não são divulgados na mesma semana. Os dados de Criação de Empregos Não Agrícolas (NFP) são publicados no início de cada mês, enquanto os números de inflação costumam sair cerca de duas semanas depois. No entanto, a paralisação de 2025 desorganizou completamente esse cronograma. Em razão do shutdown do governo dos EUA, que durou 40 dias, o Bureau of Labor Statistics (BLS) passou a divulgar estatísticas com atraso. Como resultado, agora só teremos acesso aos dados de outubro tanto para emprego quanto para inflação.
Ainda assim, esses relatórios têm potencial para desencadear forte volatilidade no EUR/USD (e em outros pares atrelados ao dólar). Dependendo dos resultados, as divulgações podem reforçar ou enfraquecer as expectativas dovish em relação às próximas decisões do Federal Reserve.
Atualmente, o mercado demonstra ceticismo quanto à possibilidade de novos cortes de juros pelo Fed na primeira metade do próximo ano. Segundo a ferramenta CME FedWatch, a probabilidade de um corte na reunião de janeiro é de apenas 23%, enquanto para março é de 41%. Caso os relatórios mencionados sejam divulgados na chamada "zona vermelha", as expectativas dovish devem ganhar força, exercendo pressão adicional — e significativa — sobre o dólar. Nesse cenário, o EUR/USD não apenas poderia se sustentar acima da resistência em 1,1740, como também testar a faixa de 1,18.
As previsões preliminares indicam que os dados de NFP dificilmente favorecerão o dólar americano. Espera-se, por exemplo, que a taxa de desemprego em outubro suba para 4,5%. Se confirmada — ou superada —, essa leitura representará o nível mais alto desde outubro de 2021. Além disso, seria razoável falar em uma tendência de alta do desemprego, já que o indicador avançou de forma consistente por três meses consecutivos (de julho a setembro), e outubro pode marcar o quarto mês seguido de aumento.
O crescimento do emprego não agrícola é projetado em torno de +55 mil, abaixo dos 119 mil registrados no mês anterior. Trata-se de um resultado bastante fraco, embora, do ponto de vista dos touros do dólar, seja importante que o número permaneça acima de zero. Vale lembrar que o relatório ADP de outubro surpreendeu negativamente, indicando uma queda de 32 mil empregos no setor privado. Embora ADP e NFP nem sempre caminhem juntos, esse dado adiciona um fator de preocupação para os vendedores de EUR/USD.
O indicador de salários também pode frustrar os compradores do dólar. O crescimento dos ganhos médios por hora permaneceu em 3,8% ao ano nos dois meses anteriores, mas a expectativa é de desaceleração para 3,7% em outubro. Além disso, projeta-se que a taxa de participação da força de trabalho recue para 62,2%, após dois meses de alta (62,4% em setembro).
Em resumo, o conjunto de previsões não favorece o dólar americano. Caso os dados confirmem esse viés negativo, o EUR/USD provavelmente tentará se aproximar novamente da região de 1,18.
Um dia após a divulgação do NFP — em 18 de dezembro — será publicado o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) dos EUA. Em setembro, o CPI acelerou para 3,0% ao ano, o nível mais alto desde janeiro. As projeções apontam para uma nova aceleração em outubro, para 3,1%.
O núcleo do CPI, que exclui alimentos e energia, desacelerou levemente em setembro para 3,0%, após marcar 3,1% no mês anterior. A maioria dos analistas espera que esse indicador retorne a 3,1% em outubro.
Dessa forma, surge um cenário contraditório: enquanto o NFP pode pressionar o dólar, o CPI pode oferecer algum suporte à moeda americana. Se ambos os relatórios forem divulgados na "zona vermelha", os compradores do EUR/USD poderão se consolidar acima de 1,1740 (linha superior das Bandas de Bollinger no gráfico diário) e tentar romper a próxima resistência em 1,1800 (linha superior das Bandas de Bollinger no gráfico semanal). Por outro lado, dados "verdes" podem levar o par de volta à base da faixa de 1,16.
É verdade que o calendário econômico da próxima semana inclui outros eventos relevantes para o EUR/USD: o Empire Manufacturing Index na segunda-feira; PMIs, índice ZEW e vendas no varejo dos EUA na terça; os índices IFO da Alemanha na quarta; pedidos de auxílio-desemprego na quinta; e, na sexta, vendas de casas existentes e o índice de sentimento do consumidor da Universidade de Michigan. Além disso, a reunião de dezembro do Banco Central Europeu ocorrerá na quinta-feira.
Ainda assim, todos esses eventos tendem a desempenhar um papel secundário. O foco absoluto dos traders de EUR/USD estará nos relatórios-chave da semana: NFP e CPI. Após a reunião de dezembro, o presidente do Fed, Jerome Powell, deixou claro que está preocupado com o mercado de trabalho, embora reconheça que a inflação ainda permanece em um nível inaceitavelmente alto. Segundo ele, não há uma trajetória pré-definida para os cortes de juros — tudo dependerá da evolução dos principais indicadores macroeconômicos, especialmente emprego e inflação.
Diante desse panorama, é possível afirmar com segurança que os relatórios de NFP e CPI definirão o tom do EUR/USD, pois têm capacidade de inclinar decisivamente o mercado — seja em direção a uma postura de espera, seja a um cenário claramente dovish.
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