Condições de Negociações
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O dólar australiano começou a nova semana de negociações com uma nota negativa. Desta vez, foi prejudicado pela China, que publicou hoje dados macroeconômicos relativamente fracos.
Vale destacar que, na semana passada, o dólar australiano ficou sob pressão após a divulgação de um relatório de emprego decepcionante. O número total de pessoas ocupadas na Austrália caiu inesperadamente em mais de 20 mil, contrariando as previsões otimistas — a maioria dos analistas projetava a criação de cerca de 20 mil vagas. A composição do relatório agravou ainda mais o quadro: o emprego em tempo integral despencou em 56,5 mil postos, enquanto o emprego em meio período aumentou em 35 mil.
Trata-se de um sinal claramente negativo, já que vagas em tempo integral tendem a oferecer salários mais elevados e melhores benefícios sociais em comparação com empregos temporários. Assim, o resultado de novembro é inequivocamente desfavorável, mesmo considerando que, no mês anterior, o cenário havia sido oposto: o emprego em tempo integral superou o de meio período (+55,3 mil contra -13,1 mil).
O dado "headline" do relatório, por sua vez, não decepcionou. A taxa de desemprego permaneceu estável em 4,3% em novembro, o mesmo nível de outubro, enquanto a maioria dos analistas esperava uma alta para 4,4%.
O dólar australiano reagiu negativamente à divulgação frente ao dólar americano, mas conseguiu se manter resiliente, encerrando as negociações de sexta-feira dentro da faixa dos 0,66 — mais precisamente em 0,6654.
Esse comportamento chama atenção, sobretudo porque o índice do dólar americano se recuperou levemente no fim da semana passada, impulsionado por declarações "moderadamente hawkish" de representantes do Federal Reserve, como Elizabeth Hammack e Austan Goolsbee. Ambos defenderam a manutenção de uma postura cautelosa, citando a inflação ainda persistentemente elevada. Em especial, a presidente do Fed de Cleveland, Elizabeth Hammack, afirmou que o mercado de trabalho dos EUA está esfriando de forma gradual, enquanto a inflação segue acima da meta. Nesse contexto, ela expressou confiança de que o próximo presidente do Fed irá priorizar o controle inflacionário. Vale lembrar que Hammack passará a ter direito a voto no Comitê em 2026, o que conferiu maior peso às suas declarações e ofereceu suporte adicional ao dólar.
Outros dirigentes do Fed, incluindo o presidente do Fed de Chicago, Austan Goolsbee, reforçaram esse tom mais duro. Ele afirmou que o mercado de trabalho está esfriando de forma moderada, enquanto os riscos inflacionários continuam a gerar "sérias preocupações". Goolsbee também criticou o corte de juros realizado na reunião de dezembro, observando que sua projeção pessoal para a taxa está abaixo da mediana esperada para 2026 — lembrando que o "dot plot" atualizado do Fed prevê apenas um corte de juros no próximo ano.
Esses sinais hawkish vindos de Hammack e Goolsbee deram sustentação ao dólar americano, permitindo que os vendedores de AUD/USD retomassem a iniciativa e recuperassem parte das perdas recentes. No entanto, assim que o par recuou para a região de 0,6630, o impulso de baixa perdeu força, à medida que os traders passaram a realizar lucros e não miraram níveis mais baixos, como a faixa de 0,65.
A resiliência do dólar australiano pode ser explicada, em grande parte, pela divergência entre as políticas monetárias do Fed e do Banco da Reserva da Austrália (RBA). De modo geral, a maioria dos membros do Fed concorda que os cortes de juros devem continuar — a discussão gira apenas em torno do ritmo do afrouxamento. Em contraste, o RBA sinalizou, após sua reunião de dezembro, a possibilidade de um viés mais restritivo. Segundo a governadora Michele Bullock, apenas duas opções estão em pauta: manter as taxas inalteradas ou elevá-las, sem qualquer menção a cortes.
O fraco relatório do mercado de trabalho australiano aumentou as chances de uma postura de espera por parte do RBA, mas o fator decisivo serão os dados de inflação do quarto trimestre, que serão divulgados em janeiro. Além disso, um único relatório negativo não configura uma tendência. Basta lembrar que, em outubro, o emprego cresceu 40 mil vagas, impulsionado principalmente pelo avanço do emprego em tempo integral.
Em outras palavras, vender o par AUD/USD neste momento parece arriscado. O cenário fundamental atual não sustenta a retomada de uma tendência de alta consistente, mas tampouco oferece bases sólidas para um movimento de baixa sustentado — e este é o ponto-chave.
Dados fracos da China contribuíram para a pressão de baixa observada hoje no AUD/USD. A produção industrial chinesa cresceu 4,8% em novembro, abaixo da expectativa de 5,0%, marcando o segundo mês consecutivo de desaceleração em meio à fraca demanda interna. As vendas no varejo também decepcionaram, avançando apenas 1,3% após alta de 2,9% em outubro, bem abaixo da projeção de 3,0%.
Esses números pressionaram o AUD/USD no curto prazo. No entanto, após a digestão desses dados pelo mercado, a divergência entre as políticas do Fed e do RBA tende a voltar ao centro das atenções — especialmente se as divulgações-chave desta semana (NFP e CPI dos EUA) não favorecerem o dólar americano. Nesse contexto, utilizar o atual momentum de baixa do AUD/USD para buscar posições compradas parece uma estratégia razoável, com alvo inicial em 0,6650 e objetivo principal em 0,6700, correspondente à linha superior das Bandas de Bollinger no gráfico diário.
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