Num futuro próximo, produtos alimentícios populares, como diferentes tipos de óleo e cereais, podem ser escassos, observou o Business Insider.
Além disso, os analistas do site de notícias Business Insider acreditam que o mundo agora está mudando para a era do protecionismo alimentar. O crescente protecionismo está alimentando o caos nos mercados globais de alimentos, com os países se limitando às exportações de alimentos básicos, incluindo grãos, óleo de cozinha e leguminosas. Eles têm que tomar tais medidas para proteger seus inventários contra o cenário da inflação crescente.
A Rússia e a Ucrânia já introduziram restrições às exportações de trigo e óleo de girassol. Indonésia, Argentina e Cazaquistão pararam as vendas no exterior de produtos essenciais para conter a alta dos preços internos.
Os governos podem exacerbar as medidas protecionistas devido ao aumento dos preços dos alimentos. Nos países asiáticos, poderia haver um novo pico na inflação e nos custos dos alimentos, ressaltaram os economistas do Nomura.
Os preços recordes das colheitas ocorreram durante a crise financeira global de 2008. Naquela época, a Ucrânia e outros grandes fornecedores reduziram as exportações de grãos, enquanto a Índia e o Vietnã restringiram as exportações de arroz. Os empresários temem que o passado possa se repetir. Tais medidas só inflarão os preços, aproximando o mundo de uma crise alimentar.
Segundo o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), a Rússia é atualmente o maior exportador mundial de trigo, respondendo por 20% das exportações mundiais de grãos. No contexto do conflito Rússia-Ucrânia, o país impôs uma série de restrições às exportações de alimentos, incluindo uma proibição temporária do fornecimento de trigo.
O açúcar e as sementes de girassol são outros produtos cruciais, cujas exportações da Rússia foram suspensas. As restrições serão válidas de abril a agosto de 2022. Além disso, o país introduziu uma cota de exportação de óleo de girassol para conter a inflação crescente.
A Ucrânia, o quinto maior exportador mundial de trigo, também proibiu as vendas no exterior de alguns produtos básicos. O governo se recusou a exportar produtos essenciais, como trigo e aveia.
A Indonésia, o maior produtor mundial de óleo de palma, proibiu a exportação do óleo vegetal mais utilizado. A suspensão dos embarques do óleo de cozinha e de sua matéria-prima veio como medida para evitar a escassez de óleo no mercado interno. Os preços de varejo do óleo de palma dispararam em 40% em 2022.
A Argentina, o quinto maior exportador mundial de carne bovina, suspendeu temporariamente suas exportações de carne bovina em um movimento para conter uma inflação desenfreada no país. Em 2021, a inflação na Argentina atingiu 50,9%, apontou a Reuters.
O Cazaquistão também restringiu as exportações de trigo e farinha de trigo, após um aumento de 30% nos preços internos. A proibição permanecerá em vigor até 15 de junho deste ano. O Cazaquistão é o maior exportador de trigo, responsável por 4% da oferta mundial.